sexta-feira, 18 de julho de 2008

Origens do povoado

O Dr. Santos Rocha, notável arqueólogo, demonstrou que já na Idade da Pedra, o local onde hoje é a Figueira da Foz, tinha sido povoado.
Provas disso, foram as lascas de quartzo facetadas de várias maneiras, machados de pedra de diversos formatos, que podem ser admirados no Museu Municipal que tem o nome deste investigador.
Pouco se sabe das idades do bronze e do ferro até ao século XVI. Mas do período romano, apareceram ao Dr. Santos Rocha, fragmentos de tijolo, muitas moedas em Maiorca, na Serra, próximo de Brenha e no Cabo Mondego.
Nos vales de Tavarede e Salmanha, do Louriçal e Fôja, e até nos píncaros da Serra da Boa Viagem, foram encontrados fósseis de peixes e imensas conchas.
Houve, como se pode observar pelo descrito, uma tremenda convulsão geológica na nossa terra.
A origem histórica da Figueira, deve constar de 1237, data do valioso documento encontrado pelo Dr. José Jardim. Este documento, é uma doação feita pelo Cabido da Sé de Coimbra a Domingues Joannes, por alcunha Joannes Gago, a Martim Miguéis e a Martim Gonçalvez, povoadores de S. Julião.
Eram agricultores humildes que receberam estas terras da Figueira confinantes com a Tamargueira e também pelo Paul com as águas que aí afluíam.
Estes primeiros figueirenses, encontraram naquelas terras, toda a sorte de regalos e mimos. Água límpida, sombras macias de fofo arvoredo, frutas apaladadas – especialmente figos de rico sabor, farto peixe de mar e de rio, algumas terras de fácil amanho e cultivo, ar lavado, luz esplendorosa e clima de maravilhar.
Além de todos estes benefícios, tinham a Igreja onde, à sua volta, foram crescendo cabanas e casas.
Quanto à versão que corre acerca do nome da Figueira da Foz, deve ter sido uma enorme figueira (ficaria) que lhe deu o nome. Essa árvore estaria situada entre a Praça Nova e o Largo do Paço. Homens das serras, desciam o rio nas suas barcas características, cheias de lenha e pinho, servindo também para a condução de famílias de Coimbra, que vinham veranear para a Figueira.
Atracariam ao cais facilmente acostável, onde existia a tal figueira e diziam que vinham à Figueira da Foz (do Mondego), chamando assim ao local onde atracavam.
Daí, o nome do povoado.

(Baseado em: “Aspectos da Figueira da foz de Maurício Pinto e Raimundo Esteves, 1945)

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